Exposição Memórias, Pesadelos e Inquietações

Galeria Coletivo Amarelo, Lisboa, 2024 – Espaço Project Room, curadoria de Cristiana Tejo

Só as casas explicam que exista uma palavra como intimidade

Ruy Belo

A casinha de palitos, desenhada a lápis de cor, um retângulo meio desarrumado, um telhado meio triangular, perdida em uma paisagem qualquer, com sol e nuvens ao fundo. Ao lado uma família de bonecos palitos, com suas cabeças redondas, acenando e sorrindo e muitas vezes maiores do que a própria casa.

Essa é a descrição de quase toda memória humana sobre seus primeiros desenhos gráficos.

A casa, a família, a paisagem.

Se é entre quatro paredes que tornamos possíveis nossas conexões mais íntimas, nossas dores mais profundas, nossos segredos mais bem guardados e nossas memórias mais preciosas, como será possível viver sem elas?

Não estamos preparados para o relento que cada vez mais se espalha pelo mundo.

Essas casas, cidades e caminhos imaginários que surgem nessas pinturas podem ser o que foi, o que deixará de ser ou o que será. Esse grande “mapa imaginário” é um convite a pensar junto, a abrir comportas da imaginação para novas formas de viver possíveis em meio a tempos “tão interessantes”.